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sábado, 19 de fevereiro de 2011

A dor de ser desprezado

Existem momentos em que ficamos profundamente desapontados e, por quê não dizer, tristes. É que esperávamos uma outra atitude de alguém que nos é importante. Esperávamos, talvez, a mesma atenção que temos para com a pessoa. Quando nós gostamos de alguém, costumamos ser cuidadosos, não queremos magoar ou por em risco uma grande amizade. Medimos nossas palavras, prestamos atenção nas nossas ações, tudo para ter certeza de que não corremos o risco de ferir quem amamos. Seria bom se todos fossem assim, não é mesmo? Mas, infelizmente, a maioria das pessoas está muito mais preocupada consigo mesma do que com os outros. Às vezes, nem é por mal, acontece apenas por descuido e ignorância, pois ainda não aprenderam que somos interdependentes e, amanhã, o amigo desprezado poderá de alguma forma ser necessário novamente. Richard Bach já escreveu um dia que devemos tomar cuidado ao bater uma porta, pois poderemos querer voltar.
 
É lamentável que grande parte das pessoas viva somente prestando atenção em seu próprio ego e tudo o que diga respeito a ele. É quase como se as outras pessoas não existissem. Ora, mas isso é um absurdo. Diariamente nos deparamos com as “outras pessoas” que fazem parte de nossas vidas. Elas também têm ego, anseios, desejos, problemas, dificuldades, sonhos, e acima de tudo (não podemos nunca esquecer) sentimentos. É muito fácil magoar uma pessoa. Basta mentir, enganar, usar de falsidade, fazer promessas que não se cumprem, ignorar, fazer o outro crer que é um “nada no mundo”. Isso tudo é “tiro e queda” para deixar alguém lá embaixo. Difícil depois é recuperar o estrago feito, quando a pessoa tomou consciência de como foi ludibriada e já não tem o desejo de tentar novamente. Muitos casamentos terminam assim, muitas amizades, muitos laços de parentesco. “Quem ama, cuida” é o que diz o provérbio.
 
O problema é que nem sempre nos damos conta de que aquela pessoa nos é importante. Achamos que ela é apenas mais uma, e que se for embora isso não nos fará a mínima diferença. Afinal, com tantas pessoas à nossa volta, porque teríamos de nos preocupar justamente com essa? Eu gostaria de lhe fazer uma pergunta que precisa de uma resposta sincera, e pode ficar tranqüilo que não terá de responder para mim, somente para você. Será que existe um outro alguém que goste de você tão sinceramente quanto essa pessoa? Será que ela é tão prescindível assim? Consegue imaginar um amigo mais fiel, mais companheiro, mais honesto com você? Será que pode realmente descartar essa pessoa da sua vida sem sofrer as conseqüências disso?
 
Se você tem dúvida não deixe acontecer o pior, pois pode ser que esse alguém nunca mais olhe na sua cara. Pode ser que queira ficar bem longe de você, desta vez. É que as pessoas se magoam, sofrem, choram quando são enganadas, desprezadas, humilhadas. Nem sempre a gente se dá conta do estrago que pode fazer na vida de alguém. É muito triste ser verdadeiro com pessoas que não sabem valorizar o que é isso. Mas, preste atenção, o tempo é implacável e trará luz sobre esses episódios. Não haverá quem deixe de testemunhar a verdade. Tem muita gente boa sendo desprezada por quem “não vale o feijão que come”. Deus está vendo tudinho. Foi Jesus quem disse que não devemos dar coisas santas aos cães e nem pérolas aos porcos (Mt 7, 6). Se você está cansado de ser ignorado, dê um basta em tudo isso. Tem gente que só aprende a dar valor para quem merece quando acaba perdendo. Agora, se você foi quem “pisou na bola”, corra. Quem sabe ainda dá tempo de reverter o prejuízo.

Autora: Maria Regina Canhos Vicentin

A dor do desprezo.

Alguma vez, você já ficou sem o chão? Sim, exatamente isso, sem o chão? Você não leu errado. Alguma vez, você ficou assim, meio que parecendo um bobo, perdido como uma barata tonta? Tenho certeza que sim. Às vezes acontecem algumas coisas ruins em nossas vidas, que literalmente nos tiram o chão. O anuncio da demissão, a morte prematura de alguém muito querido, o desencontro, o diz que me disse envolvendo o nosso nome, uma acusação leviana entre muitas outras situações tão corriqueiras nos nossos dias. Nestes momentos, a decepção com os fatos, sempre nos faz morrer um pouco. Esse “de repente”, esse chega pra lá que levamos, que nos pega de calças curtas, é extremamente nocivo a nossa saúde, são momento que podem nos lançar a instantes depressivos ou ainda a uma depressão profunda. Entre muitas situações ruins, encontramos algo simplesmente devastador. O desprezo. Ai! Como dói o desprezo. Ser desprezado é uma das mais terríveis formas de sofrimento. Em qual quer situação vivemos a expectativa de bons resultados e o desprezo frustra esta expectativa. E quando o desprezo parte de alguém que queremos bem, de alguém que amamos é muito pior. Neste caso realmente perdemos o chão. Sentimos apenas o desamor da pessoa amada. O desprezo nunca anda só, ele é constantemente acompanhado da agressão verbal. O poder da palavra desferida é muito mais forte que à bala de um revolver. Seu estrago pode ser avassalador, seus danos podem ser irreparáveis. E algumas coisas não voltam atrás. Na maioria das vezes gostamos de ser as vitimas, queremos ser a pedra e não a vidraça. Nunca nos colocamos no lugar dos outros e atingimos de imediato o que julgamos ser os “defeitos” das pessoas. Agredimos gratuitamente sem pensarmos duas vezes. Nunca, absolutamente nunca comparamos as qualidades com os defeitos. Dizemos coisas que machucam os outros. O que importa é o nosso orgulho que foi ferido e a nossa total intolerância e incompreensão dos fatos. Dentro de um relacionamento, é de fundamental importância que as pessoas usem o bom senso e o bom humor para o equilíbrio da harmonia no lar. Do que vale um casal ser perfeito na rua e ser completamente o inverso dentro de casa? A cumplicidade deve ser o primeiro passo em um relacionamento. Quando surge um problema, é comum sempre haver, ou melhor, sempre eleger um culpado. E isto abre espaço para que outro também possa errar, mesmo que de propósito, achando-se no direito de retribuir com as mesmas moedas. Neste caso fica clara a falta de cumplicidade. Ninguém consegue amar sozinho, ninguém é alto suficiente, ninguém é melhor que ninguém, seja no quesito que for. Ouvir da pessoa que amamos, palavras duras e grosseiras é algo que nos faz pensar sobre o nosso próprio amor. Esta atitude põe em cheque se estamos agindo certo ou não. Devemos analisar os fatos e ponderar as atitudes, devemos definitivamente dizer não a submissão. Tolerância tem limites! Quem ama perdoa! Quem ama não agride!
 
Autor: Reginaldo Cordoa