BANNER

sábado, 17 de janeiro de 2009

Eduardo Lajes - Café da Manhã ( by Carlos Medeiros )

Quem não me ama... não me merece

Na juventude vivemos, segundo a segundo,
Desejando mudar, transformar o mundo,
Inflamados por idéias... é o vigor da mocidade!
Reside aí o fascínio da paixão
Por ideais e sonhos, pelo uso da razão,
Que nos transformam em humanos de verdade.

Também no amor, a pujança juvenil
Torna o homem mais ardente, mais viril,
E todos nós, vibrantes, apaixonados.
Misturamos o amor com amizade,
Entregamo-nos com intensidade,
No tufão dos prazeres embalados.

Mas o ardor poderoso das paixões
Que impulsiona e enlouquece corações
Também pode embotar as consciências,
Nos levando a atitudes de egoísmo
De posse, de poder, sem altruísmo,
Sufocando o ser-amado de exigências.

E se vemos os desejos esfriando
E o ser-amado de nós ir-se afastando,
Nem sempre agimos com ponderação.
Sem diálogo, irados, enciumados,
Nos tornamos animais descontrolados,
Violentos no calor da emoção.

Atitudes impensadas, em verdade,
Não conquistam; e destroem a amizade
Que poderia resultar dessa paixão.
Para que tanta ira sem sentido,
Que fere mais o que já está ferido,
Que resulta só em dor e humilhação?...

E se, enfim, for impossível reatar
Com alguém que teima em nos desprezar,
E que também dos bons momentos se esquece...
Mais vale reacender a auto-estima
Com um lema que sempre nos reanima:
"Se não me ama... é porque não me merece."


( Oriza Martins )

A marca que você deixa nas pessoas

Quando eu era criança, bem novinho, meu pai comprou o primeiro telefone da nossa vizinhança. Eu ainda me lembro daquele aparelho preto e brilhante que ficava na cômoda da sala. Eu era muito pequeno para alcançar o telefone, mas ficava ouvindo fascinado enquanto minha mãe falava com alguém. Então, um dia eu descobri que dentro daquele objeto maravilhoso morava uma pessoa legal. O nome dela era "Uma informação, por favor" e não havia nada que ela não soubesse. "Uma informação, por favor" poderia fornecer qualquer número de telefone e até a hora certa. Minha primeira experiência pessoal com esse gênio-na-garrafa veio num dia em que minha mãe estava fora, na casa de um vizinho. Eu estava na garagem mexendo na caixa de ferramentas quando bati em meu dedo com um martelo. A dor era terrível mas não havia motivo para chorar, uma vez que não tinha ninguém em casa para me oferecer a sua simpatia. Eu andava pela casa, chupando o dedo dolorido ate que pensei: O telefone! Rapidamente fui até o porão, peguei uma pequena escada que coloquei em frente a cômoda da sala. Subi na escada, tirei o fone do gancho e segurei contra o ouvido. Alguém atendeu e eu disse: "Uma informação, por favor". Ouvi uns dois ou três cliques e uma voz suave e nítida falou em meu ouvido."Informações. "Eu machuquei meu dedo...", disse, e as lágrimas vieram facilmente, agora que eu tinha audiência. "A sua mãe não esta em casa?", ela perguntou. "Não tem ninguém aqui...", eu soluçava. "Está sangrando? "Não", respondi. "Eu machuquei o dedo com o martelo, mas tá doendo... "Você consegue abrir o congelador?", ela perguntou. Eu respondi que sim. "Então pegue um cubo de gelo e passe no seu dedo", disse a voz. Depois daquele dia, eu ligava para "Uma informação, por favor" por qualquer motivo. Ela me ajudou com as minhas dúvidas de geografia e me ensinou onde ficava a Philadelphia. Ela me ajudou com os exercícios de matemática. Ela me ensinou que o pequeno esquilo que eu trouxe do bosque deveria comer nozes e frutinhas. Então, um dia, Petey, meu canário, morreu. Eu liguei para "Uma informação, por favor" e contei o ocorrido. Ela escutou e começou a falar aquelas coisas que se dizem para uma criança que esta crescendo. Mas eu estava inconsolável. Eu perguntava: "Por que é que os passarinhos cantam tão lindamente e trazem tanta alegria pra gente para, no fim, acabar como um monte de penas no fundo de uma gaiola? "Ela deve ter compreendido a minha preocupação, porque acrescentou mansamente: "Paul, sempre lembre que existem outros mundos onde a gente pode cantar também... "De alguma maneira, depois disso eu me senti melhor. No outro dia, lá estava eu de novo. "Informações", disse a voz já tão familiar. "Você sabe como se escreve "exceção"? Tudo isso aconteceu na minha cidade natal ao norte do Pacifico. Quando eu tinha 9 anos, nós nos mudamos para Boston. Eu sentia muita falta da minha amiga. "Uma informação, por favor" pertencia aquele velho aparelho telefônico preto e eu não sentia nenhuma atração pelo nosso novo aparelho telefônico branquinho que ficava na nova cômoda na nova sala. Conforme eu crescia, as lembranças daquelas conversas infantis nunca saiam da minha memória. Freqüentemente, em momentos de duvida ou perplexidade, eu tentava recuperar o sentimento calmo de segurança que eu tinha naquele tempo. Hoje eu entendo como ela era paciente, compreensiva e gentil ao perder tempo atendendo as ligações de um molequinho. Alguns anos depois, quando estava indo para a faculdade, meu avião teve uma escala em Seattle. Eu teria mais ou menos meia hora entre os dois vôos. Falei ao telefone com minha irmã, que morava lá, por 15 minutos. Então, sem nem mesmo sentir que estava fazendo isso, disquei o numero da operadora daquela minha cidade natal e pedi: "Uma informação, por favor." Como num milagre, eu ouvi a mesma voz doce e clara que conhecia tão bem, dizendo: "Informações". Eu não tinha planejado isso, mas me peguei perguntando: "Você sabe como se escreve "exceção". Houve uma longa pausa. Então, veio uma resposta suave: "Eu acho que o seu dedo já melhorou, Paul. Eu ri. "Então, é você mesma!", eu disse. "Você não imagina como era importante para mim naquele tempo. "Eu imagino", ela disse. "E você não sabe o quanto significavam para mim aquelas ligações. Eu não tenho filhos e ficava esperando todos os dias que você ligasse. "Eu contei para ela o quanto pensei nela todos esses anos e perguntei se poderia visita-la quando fosse encontrar a minha irmã. "É claro!", ela respondeu. "Venha ate aqui e chame a Sally. "Três meses depois eu fui a Seattle visitar minha irmã. Quando liguei, uma voz diferente respondeu : "Informações." Eu pedi para chamar a Sally. "Você é amigo dela?", a voz perguntou. "Sou, um velho amigo. O meu nome é Paul. "Eu sinto muito, mas a Sally estava trabalhando aqui apenas meio período porque estava doente. Infelizmente, ela morreu ha cinco semanas. "Antes que eu pudesse desligar, a voz perguntou: "Espere um pouco. Você disse que o seu nome é Paul? "Sim." "A Sally deixou uma mensagem para você. Ela escreveu e pediu para eu guardar caso você ligasse. Eu vou ler pra você. "A mensagem dizia: "Diga a ele que eu ainda acredito que existem outros mundos onde a gente pode cantar também. Ele vai entender." Eu agradeci e desliguei. Eu entendi... NUNCA SUBESTIME A "MARCA" QUE VOCÊ DEIXA NAS PESSOAS.
( Autor desconhecido )
Nota: Não queremos com esta reflexão dizer que acreditamos em qualquer tipo de reencarnação (porque nós não acreditamos e temos certeza que tal coisa não existe mesmo) ou afirmações sobre vida após a morte de qualquer tipo, mas sim frisar: como o amor, um pequeno gesto de amor realizado dia-a-dia causa na vida de uma pessoa.

Pensamento do dia

Não atire flechas de críticas destrutivas em seu irmão: auxilie-o a não errar novamente e a crescer construtivamente no amor, na experiência e no conhecimento.